A morte de uma criança de 7 anos durante uma emboscada em Campinorte, na região Norte de Goiás, na última sexta-feira (8) provocou forte comoção e mobilizou uma operação policial em poucas horas. O menino, identificado como Gael Esteves de Moraes, acompanhava o padrasto, proprietário de uma hamburgueria na cidade, em uma entrega que parecia rotineira. No entanto, o pedido havia sido feito pelos próprios criminosos, com o objetivo de atrair o homem para um ponto isolado.

Assim que chegaram ao endereço, em uma área de mata, dois homens armados surgiram e efetuaram diversos disparos. Gael foi atingido e não resistiu, mesmo após ser socorrido. O padrasto levou tiros no rosto e no tórax, mas sobreviveu e permanece internado fora de perigo. A mãe da vítima, que também trabalha no negócio da família, não estava presente no momento.

A cidade, que tem pouco mais de 12 mil habitantes, amanheceu em luto. A brutalidade do crime e a morte da criança deixaram moradores abalados e geraram grande repercussão nas redes sociais.

Ação imediata da CPE

Logo durante a madrugada, equipes da Companhia de Policiamento Especializado (CPE) de Uruaçu foram acionadas e iniciaram buscas na zona urbana e na área rural de Campinorte. A operação foi intensa e contínua. Como resultado, três suspeitos foram presos. Um quarto homem, apontado como o autor dos disparos, morreu após reagir durante a abordagem policial.

De acordo com a PM, um dos detidos confessou ter participado do crime e afirmou ter recebido R$ 400 para atuar como motorista do grupo. Além disso, armas utilizadas no ataque foram apreendidas, reforçando os elementos para a investigação.

O trabalho teve coordenação do 1º Tenente Neimar, com apoio do 1º Sargento Daniel, Cabo Albuquerque e Cabo Belchior.

Disputa por território do tráfico

À medida que as investigações avançaram, a Polícia Civil identificou que o alvo da emboscada era o padrasto da criança. A motivação seria uma disputa por ponto de tráfico de drogas no município. O suspeito que morreu na troca de tiros era de Goiânia e havia se mudado recentemente para Campinorte, o que reforça a hipótese de atuação ligada a facções criminosas.

Apesar disso, a Polícia Civil segue colhendo depoimentos para esclarecer se há mandantes e qual a extensão da organização envolvida.