Pai que tentou matar estuprador do filho é absolvido em juri; vítima foi abusada por 324 vezes
Acusado de tentativa de homicídio, o homem atirou no cunhado após descobrir que filho com deficiência intelectual era vítima do estuprador
Um pai que tentou matar o estuprador do filho com um tiro no pescoço foi absolvido pelo Tribunal do Júri, na última quinta-feira (26/9). Eloi Dematte cometeu o crime ao descobrir que o cunhado abusou repetida vezes do rapaz, à época com 16 anos.
O menino – tem deficiência intelectual – foi estuprado ao menos 324 vezes, segundo a denúncia do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC). Segundo o Metrópoles, a tentativa de homicídio aconteceu em novembro de 2015. Na época do crime, os pais do jovem foram procurados pela psicóloga do filho para uma conversa.
Durante o diálogo, a mulher perguntou se o casal tinha conhecimento dos abusos sofridos pelo então adolescente. Segundo ela, em uma sessão anterior, a vítima narrou que o tio, irmão gêmeo da mãe dele, o estuprava desde 1997.
Conforme o relato da vítima, o crime ocorria aos finais de semana – ocasiões em que ficava na casa do agressor. No local, o rapaz era obrigado a vestir calcinha, fio dental e outras roupas femininas. O criminoso também passava batom na boca do sobrinho e o beijava.
Segundo o desabafo da vítima, essas torturas psicológicas antecediam os estupros, que ocorriam em um rancho localizado na parte de trás da propriedade. Nesse rancho, conforme relatado, o homem colocava o sobrinho diante de “roçadeiras, machados e foices”, na tentativa de ameaçá-lo.
Conforme consta no processo, o tio dizia que se ele gritasse ou fizesse barulhos, o mataria. O medo de morrer impedia que a vítima, que tem necessidades especiais, denunciasse os abusos. Contudo, anos após sofrer a violência, o jovem revelou a uma psicóloga o que estaria acontecendo.
Durante a conversa com os pais do rapaz, a profissional disse que o casal ficou abalado. A mãe do jovem, inclusive, contou que “desconfiava” que algo estivesse acontecendo após uma vizinha alertá-la sobre comportamentos estranhos envolvendo tio e sobrinho. À época, porém, a genitora não teria cogitado os abusos.
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